tentativa de praticar a escrita a partir da criação de personagens antropomorfizados (ou não) que precisam encarar o tédio do dia-a-dia

4 de jan. de 2007

João sem cão

João sem cão era um homem que, como o próprio nome diz, não tinha um cão. Mas ele teve, algum dia. O bicho sumiu, desapareceu. Dizem as más línguas que o cão fugiu. Desde então, o João é conhecido assim. Talvez se ele nunca tivesse tido um cão (ou então se ele e o cão não tivessem vivido uma relação tão intensa) ele tivesse se tornado, com a partida do cão, apenas “João”. Antes ele era o João do cão - “Qual João?”, perguntavam. “O do cão”.
Ninguém sabe o que aconteceu com o cão. Ele estava sempre com o dono, mas um dia simplesmente já não estava mais lá. João vinha todos os dias à cidade para fazer compras no mercado. O cão sempre vinha atrás, como um fiel companheiro de caminhada. Mas um dia ele não veio junto. E desde então o João está sem cão.
Ninguém sabe o que o João gosta ou que tipo de coisa ele faz ou deixa de fazer. Ninguém sabe ao menos se o nome dele é mesmo João. Só se sabe ao certo que ele tinha um cão. E que, de uns tempos para cá, o cão não tem aparecido mais não.

Um comentário:

Anônimo disse...

haeuhuaheuahuehauhea

mt engraçada essa aí...aos poucos me atualizo no flog
bjzzz

Histórias passadas

Outras informações

  • - Nas cinco primeiras histórias, a ênfase foi na criação e descrição de personagens. A ênfase atual é nos diálogos, e/ou na elaboração de um final para os textos.
  • - As sete primeiras histórias postadas fazem parte de um grupo temático arbitrariamente criado e intitulado "Amores impossíveis".